Estamos escondidos de todo o mundo
Meus olhos procuram um novo lugar
Você diz que nunca percebe meus sonhos
Então, desta vez, vou sonhar acordado para você notar
Que os meus sonhos vêm em câmera lenta
E desatino ao me encontrar
Num cigarro perdido numa mesma cena
De traição tão limpa a se consumar
As minhas mãos úmidas tentam te agarrar
Sempre no mesmo esforço em vão
Trêmulas e frias, um combate especular
Nas quimeras da minha razão
Pois amar pode ser a forma mais triste
De sofrer sozinho em silêncio
Cai o pano, é outra cena
Somos atores confusos a rodar
Bailarinos no palco de luz tão plena
Desafiando desejos a dançar...
Feitos nós, personagens ainda tão errados
Nesse julgamento desleal
De uma peça que sempre termina
Com meu teatro vazio e sem os seus aplausos no final.